Câmara de Albergaria, ORÇAMENTO 2017
mais receita de impostos, mais dívida e pior serviço público
Os Vereadores do PSD consideram que os documentos
previsionais apresentados pelo Executivo do CDS/PP para 2017 vêm confirmar a
tendência de desinvestimento que se verifica desde o início do presente
mandato.
A opção de comprometer cada vez mais receita
corrente em despesa corrente, desvalorizando o investimento, obrigou já a
recorrer à contratação de passivos financeiros para suprir a consequente
diminuição de desempenho.
Esta é uma opção política da maior relevância, pois
compromete o presente e condiciona, de modo irremediável, o futuro, na medida
em que parte dos investimentos realizados com recurso a financiamento de
empréstimos bancários terá uma vida útil inferior ao prazo de amortização.
Estamos, assim, de modo consciente e intencional, conforme já referimos noutras
ocasiões, a transferir para mandatos futuros encargos com algo de que não vão
beneficiar, limitando poder de decisão e de ação dos futuros eleitos e, mesmo,
da próxima geração.
Verifica-se, igualmente, uma diminuição do saldo e
o subdimensionamento da despesa corrente, nomeadamente na despesa de pessoal,
uma vez que não vemos acomodado o aumento de despesa decorrente da contratação
de mais colaboradores para o município, já aprovadas em assembleia Municipal e
com concursos a decorrer.
O relatório do ROC relativo ao primeiro semestre deste
ano indicia o aceleramento de algumas despesas de 2015, nomeadamente na aquisição
de bens e serviços externos; fornecimentos e serviços; eletricidade e trabalhos
especializados. Estas evidências reforçam a convicção de que a despesa corrente
para 2017 (€10 839 873), que é inferior à
inscrita nos documentos previsionais de 2016 (€10 948 345),
se apresenta subdimensionada e deverá ser reforçada aquando da introdução do
saldo da conta de gerência de 2016.
Por outro lado temos a evidência, mais que debatida,
de que os impostos diretos, onde se inclui o IMI, têm subido de ano para ano,
quer nos documentos previsionais, quer na execução final; ou seja, estamos,
mais uma vez, perante a confirmação do facto de que cada albergariense paga, a cada
ano que passa, mais à Câmara Municipal e tem, como contrapartida, a crescente
deterioração dos serviço prestado pela autarquia nas suas competências
próprias, nomeadamente ao nível da iluminação pública, recolha de resíduos
sólidos urbanos ou da limpeza e manutenção de caminhos e vias. Este aspeto toma
ainda maior expressão se tivermos em conta que no presente mandato a Câmara
Municipal tem mais um Vereador com funções executivas (conta com quatro
elementos no Executivo), precisamente com a responsabilidade de gerir e zelar
pelas áreas em acentuada degradação.
Assim, discordando da linha seguida no presente
mandato e de algumas das principais opções, mas cientes da legitimidade das
mesmas, fruto da maioria dos mandatos na Câmara Municipal, os Vereadores optam
pela abstenção.
Albergaria-a-Velha, 28 de outubro de 2016
José Licínio pimenta
Sandra Correia
Tito Silva