segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Câmara de Albergaria, ORÇAMENTO 2017 mais receita de impostos, mais dívida e pior serviço público


Câmara de Albergaria, ORÇAMENTO 2017
mais receita de impostos, mais dívida e pior serviço público

Os Vereadores do PSD consideram que os documentos previsionais apresentados pelo Executivo do CDS/PP para 2017 vêm confirmar a tendência de desinvestimento que se verifica desde o início do presente mandato.

A opção de comprometer cada vez mais receita corrente em despesa corrente, desvalorizando o investimento, obrigou já a recorrer à contratação de passivos financeiros para suprir a consequente diminuição de desempenho.

Esta é uma opção política da maior relevância, pois compromete o presente e condiciona, de modo irremediável, o futuro, na medida em que parte dos investimentos realizados com recurso a financiamento de empréstimos bancários terá uma vida útil inferior ao prazo de amortização. Estamos, assim, de modo consciente e intencional, conforme já referimos noutras ocasiões, a transferir para mandatos futuros encargos com algo de que não vão beneficiar, limitando poder de decisão e de ação dos futuros eleitos e, mesmo, da próxima geração.

Verifica-se, igualmente, uma diminuição do saldo e o subdimensionamento da despesa corrente, nomeadamente na despesa de pessoal, uma vez que não vemos acomodado o aumento de despesa decorrente da contratação de mais colaboradores para o município, já aprovadas em assembleia Municipal e com concursos a decorrer.

O relatório do ROC relativo ao primeiro semestre deste ano indicia o aceleramento de algumas despesas de 2015, nomeadamente na aquisição de bens e serviços externos; fornecimentos e serviços; eletricidade e trabalhos especializados. Estas evidências reforçam a convicção de que a despesa corrente para 2017 (€10 839 873), que é inferior à inscrita nos documentos previsionais de 2016 (€10 948 345), se apresenta subdimensionada e deverá ser reforçada aquando da introdução do saldo da conta de gerência de 2016.

Por outro lado temos a evidência, mais que debatida, de que os impostos diretos, onde se inclui o IMI, têm subido de ano para ano, quer nos documentos previsionais, quer na execução final; ou seja, estamos, mais uma vez, perante a confirmação do facto de que cada albergariense paga, a cada ano que passa, mais à Câmara Municipal e tem, como contrapartida, a crescente deterioração dos serviço prestado pela autarquia nas suas competências próprias, nomeadamente ao nível da iluminação pública, recolha de resíduos sólidos urbanos ou da limpeza e manutenção de caminhos e vias. Este aspeto toma ainda maior expressão se tivermos em conta que no presente mandato a Câmara Municipal tem mais um Vereador com funções executivas (conta com quatro elementos no Executivo), precisamente com a responsabilidade de gerir e zelar pelas áreas em acentuada degradação.

Assim, discordando da linha seguida no presente mandato e de algumas das principais opções, mas cientes da legitimidade das mesmas, fruto da maioria dos mandatos na Câmara Municipal, os Vereadores optam pela abstenção.

Albergaria-a-Velha, 28 de outubro de 2016
José Licínio pimenta
Sandra Correia

Tito Silva

sábado, 15 de outubro de 2016

Câmara aumenta dívida em 70%



A última sessão da Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha, que ontem terminou com a segunda reunião, vem colocar na agenda política local alguns pontos que merecem uma posição pública da Comissão Política de secção do PSD.
Começa a ser evidente a dificuldade que o atual Executivo municipal do CDS/PP, liderado por António Loureiro, tem em esconder a realidade dos factos com a mensagem populista e tendenciosa, mas irrealista, que o levou ao poder e com que tem procurado governar desde o início do mandato. A desconformidade obriga-o a fugir a todas as questões que impliquem pensamento estruturado ou opinião que possa traduzir opção por algo. A vontade de procurar manter uma imagem de alguém que agrada a todos, como se isso fosse compatível em alguém que tem a missão de governar/liderar, prometendo algo e o seu contrário, faz com que não responda às questões dos membros da Assembleia Municipal. As reuniões da Assembleia Municipal não são, atualmente, espaços de debate de ideias e confrontação de opiniões sobre os mais variados projetos porque o Presidente da Câmara Municipal utiliza todos os subterfúgios para se esconder e fugir à discussão.




Taxa de IMI
A Câmara Municipal e a Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha decidiram manter as taxas sobre o valor dos imóveis de 2016 a vigorar em 2017. Verifica-se, conforme gráfico anexo, que o resultado das liquidações do IMI efetuadas na vigência do mandato do CDS-PP é muito superior ao que vinha a ser apurado no mandato anterior, o que se traduz num aumento da receita para a Câmara Municipal e num aumento de 30% da despesa para as famílias locais. É, por isso, falacioso o argumento de que o Município esteja a baixar os Impostos. Apesar das reduções de taxas concretizadas, as demais alterações levaram a que o montante de impostos pagos em Albergaria tenha vindo a subir.

Empréstimos e Endividamento
O CDS/PP herdou uma das Câmaras em melhor situação financeira do país, nas eleições autárquicas de 2013, como demonstram a ótima capacidade de endividamento do Município até ontem, 14 de outubro, o facto de ter sido contribuinte para o Fundo de Apoio Municipal (só possível às autarquias em boa situação financeira) ou ainda a receita assegurada para o 4º trimestre de 2013 de cerca de 8 milhões de euros que o atual Executivo recebeu. Mas a necessidade do atual executivo ter de pedir empréstimos para realizar obras que tem previstas no orçamento e plano de atividades de 2016, na altura sem previsão da necessidade deste recurso, vem alterar radicalmente a situação. De uma só vez, é utilizada 85 % da margem de pedidos de empréstimos e o endividamento bancário sofre um aumento de 70 %!

A este facto, deve juntar-se a natureza dos investimentos com recurso ao endividamento. A maioria das obras financiadas são obras que deveriam ter sido realizadas ao longo do mandato e sem recurso a este expediente, pois o orçamento municipal deve abarcá-las. Tal não tem acontecido porque, como temos vindo a alertar desde o início do mandato, estamos perante um modo de gestão que prioriza a satisfação imediata da clientela política e ações de grande impacto mediático, suportadas em ajustes diretos generosos e legalmente discutíveis, mas sem qualquer impacto efetivo na dinâmica económica ou social de Concelho.
O que o Executivo do CDS/PP não fez em três anos, nomeadamente ao nível da manutenção da rede viária, vai agora adjudicar à pressa, em ano de eleições, e deixa uma fatura de perto de 3 milhões de euros para os próximos cinco mandatos autárquicos! Garantindo, nas condições contratuais dos empréstimos, que nem um cêntimo do capital contratado será pago no decurso do atual mandato. Sendo certo que algumas das pavimentações terão de ser repostas, pelo menos uma vez, durante esse período, comprometendo, claramente, o futuro!



Promessa de redução do preço da Água
A grande promessa eleitoral do atual Presidente da Câmara Municipal foi baixar o preço da água para todos os munícipes. Passaram 3 anos do exercício de funções e o Presidente da Câmara Municipal, que também é administrador da ADRA (Águas da Região de Aveiro), entidade que gere a rede de distribuição, não honrou o seu compromisso, não cumpriu com a sua palavra. Aliás, enquanto administrador da ADRA concordou, até, com três aumentos que, entretanto, se verificaram.
Assim, o que temos hoje em Albergaria-a-Velha como apoio municipal aos consumidores é o que resulta dos benefícios do regulamento do Cartão Sénior Municipal, criado em 2003 nos mandatos do PSD, e, agora, do novo Regulamento Municipal de Apoio aos Consumos Domésticos de Água, Saneamento e Resíduos Sólidos que resulta da persistência e propostas dos eleitos do PSD, nomeadamente do seu membro da Assembleia Municipal Eduardo Marques, que contou com o apoio de Rui Sousa, eleito pelo PS, cujo âmbito fica, contudo, muito limitado, face ao que foi proposto e era possível, por manifesta intransigência do Executivo da Câmara Municipal em acatar as propostas ou sugestões.
Havendo mais algumas medidas pontuais, mantém-se por cumprir uma das grandes promessas eleitorais.


A Comissão Política de Secção do PSD
Albergaria-a-Velha

15/Outubro/2016

sexta-feira, 6 de maio de 2016

CDS rejeita moção de redução do preço da água



Na reunião da Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha, da passada sexta-feira, o PSD apresentou uma moção que visava a redução do preço da água, cuja discussão foi rejeitada pela bancada do CDS/PP.


Desde o início do atual mandato que o grupo do PSD tem, recorrentemente, pela voz de Eduardo Marques, questionado a Câmara Municipal, nomeadamente o seu Presidente, da ausência de propostas/medidas que levem à redução do preço da água, uma vez que foi essa uma das principais promessas eleitorais do atual Executivo.
Passados quase 3 anos da eleição, constata o PSD que, para além de estar por cumprir a promessa, os munícipes viram, até, a sua faturação aumentar por três vezes consecutivas, resultado das políticas de preços da ADRA, de que o atual Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha é co-responsável por integrar o Conselho de Administração!

Assim, no período de Antes da Ordem do Dia, o Partido Social Democrata quis levar à discussão na reunião da Assembleia Municipal uma moção que recomendasse à Câmara Municipal a elaboração de um regulamento que viesse a prever apoio no pagamento da fatura da água para famílias em situação de carência económica, satisfazendo-se, deste modo, pelo menos parcialmente, a expectativa que foi criada para o atual mandato autárquico (apoio com moldura semelhante à já existente há vários anos no Município, atribuído no âmbito do cartão sénior municipal).

Apesar de ter contado com os votos a favor do PS, a proposta apresentada pelo PSD nem sequer chegou a ser apreciada, pois foi recusada a sua admissão à discussão pela bancada do CDS, situação que não deixa de ter outra leitura política tendo em conta que, minutos antes, nas intervenções de evocação do 25 de abril de 1974, o mesmo Partido que impediu esta discussão apelava à “tolerância”!.

Por também ter sido uma promessa eleitoral do atual Presidente da Câmara Municipal, a abertura ao diálogo e à discussão pública dos projetos e das medidas, o PSD lamenta que, agora no poder, o CDS rejeite consecutivamente todas as sugestões ou propostas apresentadas, particularmente as que levou à Assembleia Municipal. Aliás, é bem patente, já, a reação negativa, por vezes até agressiva, perante as opiniões divergentes ou críticas à atual gestão autárquica, a vários níveis.

Apesar das limitações e condicionamentos, o PSD continuará a trazer à agenda política local este e outros temas que considere relevantes para o crescente e contínuo desenvolvimento do Município e bem-estar dos seus munícipes.

A Comissão Política do PSD de Albergaria-a-Velha
5 de maio de 2016

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mais de 300 pessoas quiseram marcar presença no Jantar de Tomada de Posse do PSD de Albergaria-a-Velha



O salão do antigo Quartel dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha tornou-se pequeno para o jantar de tomada de Posse da nova Comissão Política do PSD local, na noite do passado sábado. Mais de 300 pessoas quiseram marcar presença no lançamento de “Uma Nova Agenda para a Competitividade e Emprego” que visa a vitória nas eleições autárquicas de 2017.

A Comissão Política de Secção (CPS) do PSD de Albergaria-a-Velha quis assinalar a tomada de posse dos novos órgãos concelhios do Partido e, consequentemente, da início ao trabalho de preparação das próximas Eleições Autárquicas com a organização de um jantar, realizado no sábado, 16 de Abril, no salão do antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha.

Previsto, inicialmente, para cerca 150 participantes, o evento acabou por superar em muito as expetativas iniciais, tendo ultrapassado as 300 pessoas, entre militantes, simpatizantes e muitos cidadãos sem qualquer filiação ou afinidade partidária mas que se revêem nesta nova equipa e na perspectiva da criação de um novo projeto político para o Concelho.

Para além dos órgãos locais, estiveram presentes representantes de várias secções do distrito de Aveiro, Vereadores de Câmaras Municipais vizinhas e os Deputados na Assembleia da República Bruno Coimbra e Amadeu Albergaria. A representar as estruturas nacionais e distritais do PSD intervieram Hermínio Loureiro, Vice-Presidente da Mesa do Congresso e Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, e Salvador Malheiro, Presidente da Comissão Política Distrital e Presidente da Câmara Municipal de Ovar, respetivamente.

José Licínio Pimenta, Presidente da CPS/PSD de Albergaria, na sua intervenção, justificou a eleição para este mandato com a “ambição de querer Ganhar o Futuro”, referindo ter uma equipa motivada, confiante e com uma determinação inabalável. “A vitalidade de um projeto, e neste caso de um Partido, não se demonstra apenas pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo!” Num discurso mobilizador, referiu que conta com o contributo de todos, militantes e simpatizantes do PSD mas também de cidadãos independentes ou que, simpatizantes de outros partidos, querem apoiar ou participar na “construção e apresentação de um projeto capaz de estimular e contribuir para a crescente afirmação de Albergaria-a-Velha na Região de Aveiro e no panorama nacional”. Um projeto, disse, “ com capacidade de atração e fixação de pessoas e investimento, que crie condições para a consolidação da imagem dum Município moderno, cada vez mais inclusivo, mais próspero, mais criativo, mais inteligente e mais sustentável!”

Em jeito de avaliação do atual mandato, em que o PSD se encontra na oposição, José Licínio Pimenta referiu que “´é claro que Albergaria está, hoje, sem liderança política; sem uma equipa competente, solidária e complementar; sem um projeto coletivo, mobilizador e ambicioso!” Para o atual Vereador, “o Presidente de Câmara tem de ser um líder com visão e estratégia, representante da população, atento aos múltiplos interesses presentes na comunidade, capaz de exercer a liderança com toda a carga simbólica, política e emocional, própria do cargo e da função; um líder que promove uma gestão criteriosa, prudente e sustentável dos recursos.”

Apontando, depois, para um novo ciclo de desenvolvimento local, com início formal no passado sábado, José Licínio Pimenta defendeu “a necessidade urgente de dar a Albergaria um Projeto Político”, assente numa “Nova Agenda para o Competitividade e Emprego”, que tenha como principais linhas de ação aquelas que considera serem hoje as três grandes dimensões de avaliação da atividade política dos Municípios e das Regiões; as que contribuem, de facto, para a atração e fixação de pessoas e riqueza, numa época de grande competitividade, e que sintetizou da seguinte forma: Investir – Visitar – Viver.

Terminou a sua intervenção renovando o convite à participação de todos, prometendo que “decorrentes do trabalho e diálogo que entretanto vamos efetivar, apresentaremos propostas de ação concretas para o Município e para cada uma das Freguesias”.


A Comissão Política de Secção do PSD
Albergaria-a-Velha

18/04/2016

quinta-feira, 10 de março de 2016

Votação da abertura do concurso limitado por prévia qualificação da requalificação do Mercado Municipal



Na reunião extraordinária da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha que se realizou dia 9 de março, pelas 9H00, para apreciação e votação da abertura do concurso limitado por prévia qualificação da requalificação do Mercado Municipal, os Vereadores eleitos pelo PSD assumiram uma posição de reflexão sobre o procedimento adotado, a dimensão e natureza do investimento bem como das prioridades municipais, abstendo-se na votação.

Depois da discussão, José Licínio Pimenta, líder da concelhia do PSD e primeiro Vereador eleito por este Partido, deixou uma declaração de voto que explica a posição assumida. Assim, a abstenção justifica-se:

1. Pelo facto de estarmos perante um concurso “limitado”, situação inédita nesta Câmara Municipal. Assim, resultam duas preocupações que devem ficar registadas: por um lado, é imperioso garantir que a enunciação e publicitação dos fatores e eventuais subfatores que densificam o critério de adjudicação, bem como dos respetivos coeficientes de ponderação, se faça em moldes conformes com os princípios da igualdade, da concorrência, da imparcialidade, da proporcionalidade, da transparência, da publicidade e da boa-fé, parâmetros que reconhecidamente devem dominar as tramitações procedimentais pré-contratuais; por outro lado, é fundamental assegurar a observância daqueles mesmos princípios ao longo da fase de avaliação das propostas, assim como durante as diligências que a preparam ou que se lhe seguem.

2. Quando na oposição (e já mesmo no exercício do poder) o CDS/PP, nomeadamente o Senhor Presidente da Câmara Municipal e o seu Vice-Presidente, condenaram, por várias vezes, o facto de não haver discussão pública dos projetos, defendendo mesmo o lançamento de concursos de ideias. Ora, no projeto em apreço, optou-se pelo ajuste direto por um valor bastante exagerado face à natureza e dimensão do mesmo bem como à realidade do Município, sendo o projeto mais caro dos últimos catorze anos.

3. O preço final da obra, tendo em conta a base de licitação, ronda um milhão e meio de euros, não sendo claro como vai a Câmara Municipal pagar a obra, tendo em conta que tem inscritos em orçamento, para 2016, apenas 200 mil euros e um milhão e trezentos mil para 2017 (sem financiamento previsto).

4. Sendo a requalificação do Mercado Municipal uma obra necessária, constando também no Programa que o PSD apresentou a sufrágio nas últimas eleições autárquicas, defendemos, contudo, uma intervenção mais realista e ajustada à nossa realidade; que garanta condições higiene, saúde e segurança a quem vende e maior comodidade aos potenciais clientes. A proposta que nos é apresentada, para além do elevadíssimo custo é limitada na área de intervenção, ficando ainda uma significativa parcela do Mercado Municipal sem melhorias.

5. Tal como questionámos já na fase de apresentação do anteprojeto, falta um Programa Funcional que justifique a dimensão do investimento, que garanta dinâmica suficiente que permita a criação de mais oportunidades de negócio, tendo em conta que, de acordo com a legislação em vigor, a Câmara Municipal terá que atualizar as taxas cobradas pela ocupação dos espaços, que se traduzirão num aumento significativo face à nova realidade. Tendo em conta que hoje o concelho, e nomeadamente a sua sede, tem uma grande oferta de espaços concorrentes do Mercado Municipal, corre-se um enorme risco de não ter vendedores suficientes com capacidade ou condições de suportar as condições que lhes vão ser exigidas.

6. O elevado custo desta empreitada, desproporcional com a nossa realidade, como já demonstrámos, condiciona ainda a capacidade de realização de outros investimentos, quanto a nós, porventura, mais prementes como são o caso da conclusão da Praça da Alameda; Praça Fernando Pessoa e toda a área envolvente, nomeadamente a Rua Prof. Egas Moniz; a Rua dos Pinheiros, em Angeja; ou ainda a requalificação da Escola Secundária de Albergaria-a-Velha, que podia, e deveria, beneficiar de uma candidatura da Câmara Municipal ao Plano de Dinamização Investimento de Proximidade.

Albergaria-a-Velha, 9 de março de 2016
Os Vereadores, José Licínio Pimenta
Nuno Silva

Sandra Correia

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Rescaldo de uma entrevista…



A recente entrevista dada pelo Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha ao Diário de Aveiro confirma o vazio de ideias, a ausência de estratégia e visão política e a tentativa, cada vez mais evidente, de iludir os munícipes com falsas modéstias e promessas vãs!

Nas mesmas datas em que o Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, numa conferência em Vila Nova de Gaia, assumia dar continuidade à prioridade do anterior Governo relativamente à ferrovia, nomeadamente aos investimentos na Linha do Norte e à ligação Aveiro-Salamanca, António Loureiro regozija-se com o sucesso do Festival do Pão!

O Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha devia ser o defensor mais visível do investimento reiterado pelo Senhor Ministro, na medida em que a concretizar-se, e mantendo a estação regional no local defendido e bem justificado pelo anterior Executivo municipal, sob a liderança do PSD, o concelho de Albergaria-a-Velha, especialmente a sua zona industrial, será um dos maiores beneficiários. Se aliarmos as rodovias que servem o concelho, à proximidade ao Porto de Aveiro e ao novo nó ferroviário, Albergaria-a-Velha consolida todo o seu potencial geoestratégico. Sobram as razões que justificam uma outra atitude do atual poder político municipal, cujo desinteresse e desvalorização ficou patente aquando da última alteração ao PDM, da sua única responsabilidade, que retirou o mínimo de importância que um documento desta natureza, estratégico e visionário, pudesse dar ao assunto. E não foi por falta de aviso ou sugestão, pois o PSD vincou de forma clara e inequívoca esta lacuna, ainda que sozinho, numa das tímidas e raras sessões de apresentação das alterações introduzidas ao PDM levadas a cabo pelo CDS e pelo seu Presidente.

Da entrevista, retiramos algumas referências merecedoras de nota, para memória!

Podemos começar logo pelo título, que destaca o facto de, no passado, isto é nos mandatos sob a liderança do PSD, haver “menos audácia”! É verdade, se atendermos que, entre os significados, audácia representa “particularidade de algo ou de alguém que não demonstra respeito; qualidade do que ou de quem não possui consideração por outras pessoas, além de si mesmo”! De facto, no passado, havia muito mais respeito pelos eleitores, pelos munícipes e pelos trabalhadores da Câmara Municipal; pugnava-se pela verdade, pela transparência, pela informação/esclarecimento, pela igualdade, pelo sucesso coletivo.

É muito relevante, porque outros momentos houve em que foi negado, que António Loureiro tenha assumido que herdou uma Câmara de boa saúde financeira!

Do balanço do exercício no atual mandato, António Loureiro destaca, na Educação, melhoramentos nas instalações, melhoria da qualidade das refeições e alargamento do tempo das assistentes operacionais! Muito pouco! Gestão Corrente da herança! Passados 2 anos da eleição, deveríamos estar a discutir a nova Carta Educativa, enquanto documento orientador dos agentes educativos relativamente à estratégia e aos objetivos que o Executivo quer e defende para o Município! Foi assim no passado, em 2007 o PSD apresentou a primeira Carta Educativa do concelho, elaborada internamente, em articulação e trabalho conjunto de técnicos e políticos, que levou à reorganização da Rede Escolar Municipal e à consolidação do Programa Municipal de Educação, criado em 2002. Agora, sem ideias, sem rumo e com os serviços municipais espartilhados, desmotivados e sem liderança, o Executivo contratualizou a elaboração da nova Carta Educativa, gastando 35 mil euros! 

Não deixa de surpreender que o grande projeto que tem para apresentar do trabalho realizado seja o Festival do Pão! Tendo António Loureiro esgotado, em campanha eleitoral, todos os argumentos na crítica à dinâmica cultural do Município, enfatizando o excesso de “Festa”, é, no mínimo, caricato que apresente como bandeira uma Festa! Importa ainda referir que se, de facto, o Festival do Pão deu visibilidade a Albergaria-a-Velha não foi pelo sucesso organizativo e, muito menos, pelo retorno que trouxe ao concelho, sem quaisquer evidências económicas, sociais ou outras, entre uma e outra edição. A visibilidade advém exclusivamente dos gastos obscenos em publicidade alusiva ao evento, pagos a uma empresa diretamente ligada à eleição de António Loureiro nas autárquicas de 2013. Na altura, o atual Presidente criticava também os gastos em publicidade, prometendo criar uma bolsa para estudantes do ensino superior com essa verba; porém, na promoção do Festival do Pão gasta mais do que o anterior Executivo nos eventos do ano todo.

É também de notar que os dois projetos apresentados na área do turismo – Rota dos Moinhos e Albergue Municipal – são duas boas heranças que ficaram prontas para “inaugurar” e dinamizar no seguimento de todo o trabalho que vinha a ser realizado, por vários intervenientes, ao longo de alguns anos. Pena que o movimento associativo tenha sido afastado, ele que esteve na base e consolidação destes dois projetos e que seria uma mais-valia na sua dinâmica, nãos sendo necessário recorrer a associações externas e, muito menos, gastar milhares de euros num projeto de promoção que estava feito e pago, como aconteceu com a Rota dos Moinhos.

Finalmente, um reparo para um aspeto que, porventura, só o Presidente, e talvez parte do executivo, vê — a melhoria significativa da atividade do Cineteatro Alba e, pasme-se, o maior envolvimento das coletividades!!! Se há área em que são manifestas as diferenças, no caso para pior, é ao nível da dinâmica e programação cultural do Cineteatro Alba. E, essencialmente, no afastamento dos responsáveis políticos da área da cultura relativamente ao movimento associativo. Não só deixaram e se envolver na valorização, apoio e promoção dos projetos como, muitas vezes, deixaram de marcar, sequer, presença nos momentos de decisão e nos próprios eventos. Em vez de apoiar o movimento associativo, de redefinir e orientar o Programa Municipal de apoio, o Executivo apostou na criação de coletividades com fins meramente eleitoralistas, lideradas por familiares, amigos ou agentes político-partidários, pondo em causa princípios básicos de transparência.

Esta entrevista é, pois, o espelho da inércia a que o Município está votado; onde a demagogia e a retórica que diariamente são lançadas para a comunicação social procuram esconder uma ação política de compadrio e amiguismo e a falta capacidade e competência para atrair e fixar investimento, como aconteceu com a A. Silva Matos, que tendo muito interesse em ficar em Albergaria foi instalar-se em Aveiro, e está a acontecer com a Polivouga que querendo continuar a investir em Albergaria, adquiriu já um terreno na zona industrial de Estarreja e vai lá construir a sua nova unidade. É investimento e centenas de postos de trabalho que deixamos de ter…

Albergaria merece mais e melhor!



Albergaria-a-Velha, 15 de janeiro de 2016